Acusado de ser o maior matador da principal milícia da Zona Oeste do Rio, o ex-PM Carlos Ari Ribeiro, o Carlão, levava uma vida confortável na carceragem do Batalhão Especial Prisional (BEP) da Polícia Militar.
Antes de fugir do presídio, no dia 2 de setembro, ele custeou obras de melhorias no xadrez e instalou em sua cela, entre outras coisas, uma TV de plasma e uma cama com tamanho diferenciado das demais da unidade.
As mordomias desfrutadas pelo número dois da atual hierarquia da milícia, que chegou a dar uma festa de aniversário no BEP, não pararam por aí.
Ele também trocou o piso no chão da cela e botou papel de parede, em tons diferentes de azul, nas paredes do xadrez. Em nota, a Polícia Militar informou que “de acordo com o regulamento da unidade prisional, os detentos têm direito de melhorar as condições de suas celas com recursos próprios, mediante avaliação da direção”.
A nota diz ainda ser vedado que as melhorias sejam executadas de modo a configurar excesso de privilégio em relação as benfeitorias que os outros detentos podem alcançar. E finaliza esclarecendo que tudo é alvo da sindicância aberta pela Corregedoria da Polícia Militar.
A fuga de Carlão e a versão de que o miliciano teria escapado por um buraco do aparelho de ar-condicionado também estão na mira do Ministério Público Militar. O promotor Leonardo de Souza, da 2 promotoria da Auditoria Militar, confirmou ter requisitado a apreensão do HD do aparelho que faz imagens do circuito de segurança do BEP. O objetivo é o de saber como Carlão fugiu do presídio.
—Duvidamos que ele tenha passado pelo buraco do ar-condicionado. Até porque era um aparelho split (que tem dimensões mais estreitas que as do aparelho convencional) — disse o promotor Leonardo Souza.
Apesar de ser ex-PM, Carlão continuava preso no BEP por força de uma liminar. Outros 40 ex-PMs, que estão com a prisão decretada pela Justiça, também continuam presos no local, sob a mesma condição .
Entre eles está o está o ex-PM Juracy Alves Prudêncio, o Jura. Acusado de chefiar a maior milícia da Baixada Fluminense, Jura foi expulso da PM no dia 30 de julho. Liminar assinada pela desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, em agosto, concedeu a Jura o direito provisório de permanecer preso no BEP.
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