quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Estacionamentos do aeroporto Tom Jobim têm problemas como superlotação e extintores vencidos

Fonte: O Globo


RIO - As tarifas de estacionamento no Aeroporto Internacional Tom Jobim subiram este mês, mas a infraestrutura do lugar não faz jus ao valor. O motorista que chega ao Galeão se depara frequentemente com superlotação, extintores fora da validade, casas de marimbondos, guichês de pagamento fora de operação e asfalto deteriorado. O GLOBO vem mostrando, numa série de reportagens, os problemas enfrentados por quem transita no aeroporto, por onde passam diariamente 32 mil passageiros. E as dificuldades começam já no momento de estacionar o carro.





- O preço está bem salgado - reclamou Cláudia Souza, moradora do Rio. - Ainda não tinha estacionado aqui depois do aumento da tarifa e me assustei.

O reajuste ocorreu no dia 1 deste mês: há gratuidade para os primeiros dez minutos; pela primeira hora, o motorista paga R$ 6. Já se ficar de 17 a 24 horas, a tarifa chega a R$ 50 (antes era R$ 29, um aumento de 72%). Segundo a Infraero, a última revisão de valores tinha ocorrido em 2006. A empresa também informou que a operação das áreas de estacionamento é feita por uma concessionária. De acordo com a Infraero, os aumentos mais expressivos ocorreram nas tarifas de permanência acima das 17 horas.

Automóveis parados até sobre canteiros

A empresa informou também que o objetivo, com o reajuste, é desestimular a permanência dos veículos por períodos longos e evitar a superlotação. A medida, no entanto, não tem surtido efeito. No Terminal 1, onde havia mais carros na terça-feira, repórteres do GLOBO flagraram uma fila de veículos estacionados sobre os canteiros - que em alguns trechos estão danificados, com suas pedras portuguesas soltas. Também havia automóveis parados irregularmente em vagas reservadas a deficientes.

- Os motoristas não respeitam as vagas para deficientes. O que está estacionado agora, por exemplo, não tinha problema físico - disse um funcionário, apontando para uma vaga localizada em frente à entrada principal do setor de embarque.

Nessa entrada, um dos elevadores está parado, assim como as escadas rolantes. Ainda no estacionamento do Terminal 1, faltavam lâmpadas nos postes. Em vez disso, podiam ser vistas casas de marimbondos.

Uma funcionária que pediu para não se identificar contou que os guichês na entrada do estacionamento não têm ventilação e operam com equipamentos defasados:

- Não há nem um ventilador. Em dias quentes, fica insuportável. São 12 horas de trabalho, e até para ir ao banheiro e beber água é complicado. Os computadores são muito antigos e lentos. Estamos ouvindo muitas reclamações de clientes, principalmente por causa dos preços.

No subsolo do Terminal 2, na área A, a equipe do GLOBO encontrou dois extintores com problemas. Segundo o Corpo de Bombeiros, "pelas imagens apresentadas pela reportagem, a manutenção e/ou recarga dos equipamentos está fora do prazo".

No mesmo terminal, dos sete guichês de estacionamento, três não funcionavam. Havia ainda dois elevadores parados.

Câmeras de segurança foram vistas apenas nas entradas dos estacionamentos. Outro problema encontrado foi fiação exposta próximo aos guichês, em ambos os terminais.

As deficiências provocam reclamações constantes dos usuários.

- O estacionamento tem uma aparência muito velha, deteriorada. Os carrinhos de bagagem ficam jogados, a sinalização é confusa e deficiente, os elevadores e as escadas rolantes frequentemente estão parados. Apesar disso tudo, os preços são extorsivos - queixou-se o engenheiro André Fernandes.

Projeto prevê construção de edifícios-garagem

A infraero está elaborando um projeto para expandir a área dos estacionamentos do Aeroporto Internacional Tom Jobim. A ideia é lançar um edital de licitação até o fim deste ano, a fim de que uma empresa privada fique responsável pela construção de edifícios-garagem, os quais poderiam ser explorados por um prazo de até 25 anos. De acordo com a Infraero, a expectativa é que seja erguido um edifício no Terminal 1 e outro (com mais dois andares) no Terminal 2 (que já tem dois pavimentos). O valor do empreendimento não foi informado.

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