quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Caso Gelson Domingos: suspeito de ter atirado contra cinegrafista da Band é preso

Fonte: O Dia

Rio - Policiais do 14º BPM (Bangu) prenderam cinco homens na Favela do Metral, em Vila Kennedy, Zona Oeste da cidade, na tarde desta quinta-feira. Eles seriam traficantes da Favela Antares, em Santa Cruz, onde o cinegrafista Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, foi morto domingo durante a cobertura da operação policial. Segundo os PMs, um dos suspeitos poderia ser o responsável pelo disparo.

Uma ligação anônima levou os policiais até a Favela do Metral, onde estariam cinco traficantes de Antares. Com os suspeitos, os policiais apreenderam uma pistola calibre 380, um rádio-transmissor e drogas. Dois deles alegaram que seriam menores de idade. Eles foram levados para a 34ª DP (Bangu).

Critério para coberturas

O comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, disse na última segunda-feira que quer estabelecer um critério para coberturas jornalísticas de operações policiais nas favelas do estado. A afirmação foi feita um dia depois da morte de Gelson.

“Vamos tentar reunir os sindicatos dos cinegrafistas, dos jornalistas, para conversar, para ter um critério de segurança. Quando um policial falar com um repórter: 'daqui vocês não podem passar’, que eles entendam e, por segurança própria, obedeçam a orientação dos policiais”, disse o comandante da PM.

Segundo o comandante, a polícia não “convida” a imprensa para cobrir as operações dentro das favelas, mas os jornalistas acabam acompanhando os policiais por conta própria. “A imprensa nunca foi convidada, só que o repórter, principalmente quem cobre a área policial, é um 'policial'. Infelizmente aconteceu isso [a morte] com esse nosso amigo”, afirmou.

Pedido de segurança

O corpo do repórter foi sepultado na tarde de segunda, no Cemitério do Caju, na Zona Portuário. O clima era de comoção entre familiares e companheiros de profissão. "Ele era um cara honesto e amava o que fazia, mas é uma profissão de risco. Eu peço que as empresas melhorem seus equipamentos de segurança para que outros familiares não percam pessoas queridas desta forma", emocionou-se o irmão de Gelson, Ricardo Silva.

O presidente da Associação Brasileira de Impresa (ABI), Maurício Azedo, destacou a necessidade de buscar incrementar a proteção aos profissionais que cobrem confrontos na cidade. "O profissional deve analisar todas as situações de risco. Jornalistas de campo devem ser cercados de medidas de segurança para evitar que episódios como este se repitam", afirmou Azedo.

O caixão com o corpo do cinegrafista estava coberto com uma bandeira do Vasco da Gama, time de futebol para o qual ele torcia. Algumas coroas de flores foram enviadas por emissoras de TV e redações de jornais em homenagem ao cinegrafista.

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