sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Expectativa de ocupação divide comerciantes da Rocinha que não querem deixar negócios de portas fechadas

A ocupação vai acontecer provavelmente no domingo, imagino que não haverá muita resistência já que os chefes estão fugindo borrados de medo da favela, mas mesmo assim podem haver confrontos.

Resguarde-se, perca um dia de comércio mas não corra o risco de levar um tiro de fuzil no peito.



Fonte: O Dia

Às vésperas da ocupação policial da Rocinha, anunciada pelo governador Sérgio Cabral, comerciantes da comunidade disseram na manhã desta sexta-feira (11) que estão divididos se vão abrir seus negócios no domingo (13).

No camelódromo da comunidade, que concentra mais de cem lojas que vendem roupas, sapatos, acessórios de informática e de telefonia, o domingo é um dia forte para negócios. A dona de uma lojinha, que não quis se identifcar, disse nesta manhã que teme algum confronto. "Tenho medo, não vou arriscar", adiantou.

Já um outro comerciante disse que vai abrir sua loja porque " a vida não pode parar". "Do momento em que gente sai de casa, não sabe o que vai acontecer, então, não vou perder um dia de trabalho, ainda mais no domingo, quando vem gente de longe comprar aqui. Só tenho medo de bala perdida, mas a gente sabe se cuidar".

Os ambulantes têm conversado uns com os outros sobre o que farão domingo, mas, segundo disseram, preferiram deixar a decisão a critério de cada um. Na principal entrada da comunidade, em São Conrado, na Zona Sul, dois veículos do Batalhão de Choque permanecem de plantão.

Quatro policiais revistam motociclistas, pessoas com mochilas e veículos de carga como caminhões e caminhonetes. A prisão de Antonio Bonfim Lopes, o Nem, acusado de ser o chefe do tráfico local, parece não chamar tanto a atenção dos moradores quanto a proximidade de uma ocupação policial.

Muitos moradores têm esperança de que a operação será pacífica e a anunciada UPP trará melhorias para a população. Mas eles também temem que presença da polícia possa trazer problemas.

"A gente está vendo o que acontece no Alemão, com os soldados do Exército cometendo abusos", disse um jovem que não quis se identificar, referindo-se à Força de Pacificação que ocupa a região.

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