segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Policiais descem de rapel de helicópteros que dão corbertura na ocupação da Rocinha

Fonte: G1

Câmeras instaladas nos helicópteros da Polícia Civil do Rio de Janeiro registraram na madrugada de domingo (13) a ação de retomada das favelas da Rocinha e do Vidigal, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A primeira aeronave chegou ainda de madrugada à Rocinha.

Matéria do Jornal Nacional



Material apreendido pelo Bope



Antes de decolar, um trabalho minucioso de investigação dos policiais civis, que durou cerca 15 dias, mapeou toda a favela e levantou os principais esconderijos de armas e drogas usados pelos traficantes. As imagens feitas por uma câmera especial que fica sob o helicóptero são revistas minutos antes da saída da equipe.

O vídeo mostra a ação de suspeitos. “Há possibilidade de os dois pontos terem alguma coisa enterrada. Vê o tempo que o cara está lá, entendeu? Mexendo, olha lá. Parece que ele está com a mão para cavar e enterrar, de repente, o fuzil dele, entendeu?”, disse o piloto da polícia Adonis Lopes.

Helicópteros seguem para o local suspeito, conhecido como terreirão, e policiais descem de rapel. Lá, são encontrados enterrados dentro da mata 30 carregadores de fuzil, tabletes de maconha, 11 fuzis e uma sub-metralhadora. Todo o material é recolhido pela aeronave.

Outro vídeo registra a entrada de investigadores em uma casa que seria utilizada por criminosos. Nada, porém, foi encontrado. Policiais que desceram de rapel também registraram imagens. Um deles se surpreende enquanto caminha pela comunidade. “Cadê os bravos da Rocinha, rapaz? Se mudaram? Arrumaram emprego agora?”, disse.

Vidigal

Na Favela do Vidigal, a câmera com infra-vermelha do helicóptero localiza os obstáculos feitos por traficantes. “Ela nos possibilita enxergar fora do alcance dos tiros dos traficantes. Identifica o bandido, identifica veículos, placas de veículos, então é uma ferramenta muito importante hoje em dia para a segurança pública”, disse o piloto Adonis.

As informações são passadas para as equipes de terra. “Vem aqui para o Vidigal, na subida do Vidigal, tem vários obstáculos aqui, e óleo entendeu? Parou até um blindado ali. Segundo Adonis, essa foi apenas a primeira missão cumprida nas favelas. “O trabalho continua por tempo indeterminado, na busca de drogas, armas e traficantes.”

Balanço oficial

A Secretaria de Segurança Pública divulgou um balanço oficial da operação Choque de Paz, que ocupou a Favela da Rocinha, atualizado até as 16h desta segunda-feira (14). A polícia fechou nesta tarde uma locadora de DVDs, onde foram apreendidos mais de 20 mil mídias piratas.

Três mulheres foram detidas e encaminhadas para a 15ª DP (Gávea).

Além de uma picape Toyota Hilux apreendida no início da tarde de domingo (13), um outro carro, modelo GM Astra, que pertenceria ao traficante Leão, também foi apreendido, assim como 50 cartões de crédito. Leão, segundo a polícia, é um dos auxiliares de Nem, ex-chefe do tráfico da Rocinha, que está preso em Bangu 1. Também foram apreendidas 75 motos.

Ao todo, seis pessoas foram presas desde o início da operação. Entre elas, um foragido da prisão que foi convencido pela mãe a se entregar. Mais de 300 quilos de drogas foram apreendidos: 120 quilos de maconha (papelotes, tabletes e trouxinhas), 60 quilos de pasta base de cocaína, 135 quilos de cocaína refinada, 135 pedras de crack e 38 comprimidos de ecstasy.

Entre as armas apreendidas estão, 15 fuzis, uma submetralhadora, duas espingardas, 20 pistolas, uma pistola desmontada, 12 granadas, 61 bombas artesanais, três machados e um facão. Cerca de 16 mil munições de diversos calibres e 171 carregadores diversos também foram encontrados, bem como 20 rojões e sete lunetas, com mira telescópica.

Os policiais descobriram três centrais clandestinas de TV a cabo, e apreenderam os equipamentos. Também foram apreendidos 38 máquinas caça-níqueis, quatro radiotransmissores, uma réplica de pistola, um notebook, um iPod, uma câmera digital, uma barraca de camping, uma capa de colete, duas gandolas (a gandola é uma peça que substitui o capote usada por militares), uma farda do Exército, uma camisa da Polícia Civil e material hospitalar.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e o Estado Maior da Polícia Militar pede para que a população denuncie esconderijos de traficantes e de depósitos de armas e de drogas. As autoridades colocaram à disposição vários telefones para denúncias: Disque-Denúncia, 2253-1177; Polícia Militar, 190; Gabinete da chefe de Polícia Civil, 2332-9915.

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