sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Delegado e inspetores da delegacia de Maricá, fora de serviço, tentaram tumultuar a prisão de Nem da Rocinha

Por que um delegado de Maricá tentou se envolver na prisão do traficante? Obviamente o moço tem o amplo direito de defesa, mas a impressão que dá é a pior possível.


Fonte: O Globo

RIO - A Polícia Federal e a Corregedoria da Polícia Civil vão investigar as circunstâncias da presença de um delegado e de dois inspetores durante a prisão do traficante Nem, na quarta-feira, na Lagoa. Os três teriam tentando impedir o comboio do Batalhão de Choque de levar o bandido para a sede da PF.

O delegado da 82ª DP (Maricá), Roberto Gomes Nunes, esteve na Lagoa com o inspetor Mussi, também daquela unidade, e com o inspetor Figueiredo, lotado na Subchefia Operacional da Polícia Civil. Figueiredo disse que foi até o local da prisão de Nem com a autorização do delegado Sérgio Caldas, chefe de Polícia Civil em exercício.

A Corregedoria Interna da Polícia Civil marcou para esta sexta-feira o depoimento dos três policiais civis. Eles tentaram levar Nem para a 15ª DP (Gávea), onde supostamente haveria uma equipe da corregedoria. Os três teriam sido chamados pelo advogado de Nem pelo celular.

A delegada Tatiana Losch, diretora da Divisão de Assuntos Internos da corregedoria, disse ter recebido de seu superior, o corregedor Gilson Emiliano, a missão de ir até o local onde Nem estava sendo preso por PMs do Batalhão do Choque para efetuar a detenção do traficante. Segundo ela, ao chegar à Lagoa, Nem já havia sido levado pela PM para a Polícia Federal. Ela contou ter encontrado apenas com os policiais civis.

- Soube que houve uma tentativa de negociação com a cúpula da polícia para que o traficante se entregasse. Ele queria negociar para não entrar no sistema carcerário em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado, que restringe visitas), o que não foi aceito - disse a delegada.

Gilson Emiliano disse que vai instaurar um procedimento para verificar a informação e para que os policiais expliquem as razões de terem sido chamados pelo advogado do traficante.

- Nem é um arquivo vivo, tem muita informação para passar. Ele pode ter tentado se entregar a alguém de confiança. É isso que queremos apurar - disse o corregedor.

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